quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Uma reflexão

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Na política, as palavras têm significado. "Melhorar o que  está bem e corrigir o que está mal" O slogan usado pelo vencedor das eleições de 23 de agosto de 2017 durante sua campanha é muito cativante e prometedor em termos de estratégia discursiva. Despertou a curiosidade dos especialistas em particular na comunicação política e, ao mesmo tempo, a vigilância dos angolanos nos próximos cinco anos.
Por Pody MINGIEDI, Politólogo - Genebra, Suíça
É responsabilidade dos novos governantes  do país não decepcionar. Claro, o MPLA ainda está no poder. Para marcar a diferença com o passado, seria necessário avançar rapidamente para as mudanças notórias. Um diagnóstico é necessário para ter um inventário melhor.
É com base nesta avaliação que o novo governo tentará tomar medidas adequadas. Não é suficiente alterar o produto como foi apresentado até a data da eleição. A mudança de conteúdo e embalagem é crucial.
Como ilustração, vale lembrar o que aconteceu em Benin em 1991. Após vários anos de gestão do país sem compartilhar, o presidente Mathieu Kérékou organizou eleições livres em seu país. ele foi vencido por seu oponente, Nicéphore Soglo, ex-Alto Funcionário do Banco Mundial, levantando a esperança de todo um povo. Após um período de cinco anos, ele foi vencido pelo mesmo Kérékou.
A moral da história é que os anos passam tão rapidamente que Soglo não teve tempo de cumprir suas promessas feitas durante sua campanha eleitoral.
O mesmo cenário pode acontecer em 2022 se o novo governo passar por erros. Para evitar uma possível implosão do partido ao poder a longo prazo, uma nova era deve ser aberta privilegiando a competência à custa de considerações partidárias. Oo país estando em reconstrução após várias décadas de conflito armado, seria ilusório argumentar que o monopólio da gestão por um partido político pode ajudar a reparar os danos do passado nos próximos cinco anos.
O fardo é tão pesado que requer muitos braços para carregá-lo. A renovação da classe política e a abertura à sociedade civil estão entre outros os elementos que merecem contribuir para a reflexão na tomada das decisões dos líderes recém-eleitos. Para que a luta contra a corrupção seja credível e eficaz, seria crucial configurar rapidamente uma estrutura independente que tivesse o poder amplo de denunciar e sancionar os corruptos e corruptores.
A apropriação indevida de fundos públicos e o problema dos recursos mal adquiridos serão objecto de condenações inequívocas, independentemente das identidades dos autores.
O encorajamento das denúncias espontâneas deve ser fortemente apoiado por uma lei proposta e votada pelo parlamento. É verdade que a transição política em Angola tem sido um sucesso e deve servir de referência para outros países do continente africano. Seria decepcionante se não fosse seguido pelos resultados em termos de mudanças neste caso,à maneira de governar.


Pensar e Falar Angola

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