sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Faleceu hoje - Ze do Pau. Paginas rasgadas do livro da minha vida


Morreu o cantor e guitarrista, Zé do Pau.

Dia triste... mais uma página rasgada do livro de uma família Angolana:
Infelizmente mais uma grande voz da nossa música Angolana se foi. Nesta manhã de sexta feira 29/12/2017 
Morreu Zé do pau o homem da página rasgada
Que a sua alma descanse em paz.
A história da Música Popular Angolana, regista o nome de autores que, embora com escassa obra discográfica, tiveram longos períodos de grande sucesso, merecendo aplausos e respeito do grande público. José Farto Marques Airosa Ferrão, mais conhecido por Zé do Pau, faz parte desta plêiade de cantores e compositores, uma figura da música angolana que evita divulgar a data e o local de nascimento.
Zé do Pau começou a sua carreira, em 1970, como guitarra solo do conjunto “Os Corvos”, do qual foi um dos fundadores, com Gildo Costa (vocalista principal e compositor), Zeca Pilhas Secas (viola baixo e ritmo), José dos Santos (vocal), Didino (tambores) e Novato (vocal e dikanza). “Os Corvos”, uma formação musical com alguma solidez, a nível da execução instrumental, chegou a acompanhar artistas renomados como Sofia Rosa, Luis Visconde, Milá Melo, Belita Palma, Jaburú e Tchinina.
Como guitarra solo, Zé do Pau foi vivamente aclamado pela crítica da sua época. “Pôr-do-Sol”, um instrumental em solo de guitarra, executado por Zé Keno, um tema referencial dos “Jovens do Prenda”, é da autoria do Zé do Pau.
Em 1972, profundamente abalado com a morte da mãe, compõe o tema que viria a ser a canção paradigmática da sua carreira - “Página rasgada do livro da minha vida”.
Zé do Pau, emocionado, pulsou, de forma solene, a sua criatividade, enquanto compositor, nestes versos:
Só quando um dia eu for ao campo santo/ minhas lágrimas e o calor da terra secarão/ então verei a página rasgada/ do livro da minha vida/ que estava escrita a profecia/ de tudo quanto/ eu teria que passar/ na terra um dia/ quando mais eu precisava/ se calou a voz da minha existência/ hoje você está/ onde eu nunca, nunca/ te poderei buscar.../ mamãe/ Talvez me resta apenas depositar/ flores em tua sepultura/ regá-las com lágrimas/ que escorrem dos meus olhos/ tão vermelhos/ de chorar o teu silêncio/ vou rezar ao Criador/ que no seio divino/ te guarde para o mundo vindouro.
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